sábado, 20 de maio de 2017

Qual é seu dom?

Talvez estejamos condenados a passar a vida inteira com um sentimento de mal-estar, que corroerá todo o nosso ser até o fim da nossa existência material.
Quando deixamos de fazer aquilo em que somos bons em fazer, ou que realmente gostamos de fazer, apenas para seguir algo cuja remuneração é mais vantajosa, estamos vendendo nossa própria felicidade! O mundo atual exige que tenhamos um trabalho que nos dê dinheiro, e não só a nossa própria família nos coage a tal coisa, como a escola também é um berço de influências neste sentido.
Platão, em seu discurso sobre política, diz claramente que a justiça se dá quando todos estão exercendo a posição para qual foi naturalmente moldado, ou seja, aquele que nasceu para ser um guerreiro deverá, necessariamente, ser um guerreiro (e isto se aplica ás demais funções). 
Freud, em seu livro Mal-estar na civilização, dá uma base teórica da qual podemos usar para entender um pouco mais sobre a privação das nossas vontades. Em seu livro, ele argumenta que temos necessidades que vem do nosso eu interior, mas que são barradas pelas regras morais e éticas. Aquele indivíduo que, não realizando seus desejos, ficará com suas vontades reprimidas, terá que conviver com esta vontade que não pode ser saciada. Encaixando na nossa discussão, chegaremos na conclusão de que uma pessoa que não realiza suas vontades (como cursar algo que voce realmente queira cursar) ou não vai em busca de seus objetivos, tenderá a ficar durante sua vida, com remorso por não ter escolhido seguir seu "destino".
Portanto, é necessário uma maior cautela no que diz respeito ás influências que as outras pessoas exercem nas crianças e adolescentes. Forçar alguém a seguir um caminho que não seja de sua vontade, pode acarretar sérios riscos a quem é vítima deste tipo de coerção. Quando você não se sente satisfeito com sua vida, pode chegar a cogitar ou até mesmo a praticar o suicídio.